segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Porque surgiu o Blog

A iniciativa partiu do Blog de Rebordainhos e ficou a dever-se ao entusiasmo que esse blog suscitou,
A Serra da Nogueira é sem sombra de dúvida um dos ex-libris da Terra Fria Transmontana em termos de beleza natural, pela sua diversificada fauna e flora, pelos usos e costumes que ainda se ainda se vivem nas suas aldeias, pelo vasto património arqueológico inventariado e a inventariar. Assim sendo, porque não tentarmos a divulgação da Serra, criando um espaço onde dela se fale e dê noticias?
A ideia está lançada, sendo agora necessário a colaboração das Juntas e dos residentes e naturais das Freguesias que já figuram no Blog (Rebordainhos, Rebordãos e Soutelo Mourisco) no sentido de se verificar a correcção das informações que colocámos, de se acrescentar mais informação e fotografias, de dar noticias de eventos em cada uma das freguesias .
É nossa intenção conseguir agregar uma Freguesia do Concelho de Vinhais que se encontra localizada na Serra da Nogueira.
A colaboração poderá ser feita através do mail que se encontra no inicio do Blog.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Caminhada na Serra da Nogueira
De Rebordainhoa ao Santuário

Post publicado por Augusta Mata no Blog de Rebordainhos com o titulo

Peregrinações à Nossa Senhora da Serra



As peregrinações à Nossa Senhora da Serra , paróquia de Rebordãos, fazem parte do imaginário de qualquer habitante das povoações que circundam a belíssima serra de Nogueira.
Para mim, esta é seguramente uma das mais belas serras de Portugal, onde a cada passo se podem desfrutar das mais belas paisagens que o nosso país possui. Certo que esta é a opinião de uma transmontana ferrenha e que defende o seu torrão em qualquer lugar do mundo. Mas, quem duvidar desta opinião, porque não “mete os pés ao caminho”, e vem verificar a veracidade desta afirmação?




Uma amostra da bela vista da
Serra da Nogueira






Bom, mas o motivo desta minha narrativa, não se prende tanto com a beleza da serra, mas sim com o Santuário que se situa no seu ponto mais alto.
Diz a lenda que, andando uma menina muda a pastorear o seu rebanho, lhe apareceu Nossa Senhora que lhe pediu para dizer aos seus conterrâneos – de Rebordãos -, que lhe construíssem uma Igreja no ponto mais alto da serra de Nogueira.
A menina assim fez e, como apareceu a falar, todos acreditaram naquilo que a mesma lhes transmitiu.
Mas… no alto da serra? Tinham de subir pelo carvalhal acima? Uma subida tão acentuada que, muitos há que lhe chamam “pingão”? Então decidiram construir a capela sim, mas no início da subida. Afinal, era serra na mesma, e a Santa não se devia importar muito.
De imediato deitaram mãos à obra. Mas, se durante o dia construíam uma parede, a mesma havia de ser deitada abaixo durante a noite. Tantas vezes teimaram em construir que, outras tantas as paredes vieram abaixo, até que, Nossa Senhora decidiu aparecer novamente à menina muda, e lhe transmitiu que no dia 5 de Agosto, o lugar onde queria que lhe construíssem a Igreja, haveria de estar marcado com neve. Assim foi e, os habitantes de Rebordãos decidiram acatar a vontade da Santa e lá construíram a Igreja, e o culto foi-se perpetuando pelos tempos até aos dias de hoje.
Não sei bem a época em que tal aconteceu mas, numa das esquinas da Igreja estão inscritas duas datas: 1659 e 1671, ambas posteriores à construção da Igreja Matriz de Rebordãos que, de acordo com o inscrito no exterior, esta aconteceu em 1611, e no interior em 1614.
Não sei se é do conhecimento de toda a gente. Mas sabem que Nossa Senhora da Serra também se chama Nossa Senhora das Neves?
A festa inicialmente era realizada no dia 5 de Agosto mas, porque nessa altura ainda existiam muitos trabalhos agrícolas, ficou decidido realizar-se a 8 de Setembro, quando as colheitas já estavam devidamente guardadas.
De realçar no entanto que, ainda hoje, no dia 5 de Agosto é celebrada uma missa e são arrematados os quartéis (os que ainda estão disponíveis, pois muitos há que os têm alugado permanentemente) e as tabernas onde, nos dias das celebrações se hão-de saborear excelentes nacos de vitela assada.
Para além da festa propriamente dita, realiza-se anualmente uma novena – de 30 de Agosto a 7 de Setembro. E são inúmeros os fiéis que, ou alugam um quartel para aí permanecerem durante a novena e dia da festa, ou diariamente aí se deslocam a pé ou de carro para assistirem às celebrações dando cumprimento a promessas anteriormente feitas, ou então , pelo simples gosto de caminhar.
Lembro-me de em garota, ansiar pela chegada da Senhora da Serra, porque nessa altura, as meninas tinham direito a uma boneca pequenina, daquelas que tinham um elástico a unir as duas pernas e outro a manter os braços juntinhos ao corpo e, que depois, com a nossa criatividade, haveríamos de vestir com roupas por nós costuradas. Aos rapazes, a sorte trazia-lhes um tractor ou um camião de lata, que haveriam de exibir e conduzir carregados de terra , por estradas previamente bem alisadas numa qualquer rua da aldeia.

Por estas bandas, Setembro não existe sem pelo menos uma ida a pé à Senhora da Serra. Este ano, um grupo de três manas, mais a vizinha Tininha, anteciparam a ida. As férias de algumas acabavam antes e havia que cumprir o ritual.
A caminhada iniciou-se por volta das 8 da manhã e, para nossa surpresa, a Fininha tinha-se mesmo levantado para nos acompanhar. E lá partimos com a desconfiança de que, a mesma Fininha, haveria de desistir. Afinal, costuma “enjoar” quando anda a pé!

Em Vila Seco encontrámos o Toninho mais as suas ovelhas. E não é que também ele se interrogou se a Fininha chegaria ao fim da caminhada?








A Olímpia, Amélia e Tina





Subimos pela Malhada Velha até à casa da floresta. Uma casa linda que, se reconstruída, bons momentos de calma e sossego poderia proporcionar a quem dela quisesse usufruir, e serviria concomitantemente como fonte de receitas para a junta de freguesia.



A casa da Floresta








Um pouco mais acima encontramos a recém – baptizada “fonte do peregrino” e, fazendo jus à nossa condição, saciámos a sede com aquela fresquíssima e puríssima água . Outras necessidades humanas básicas foram ainda satisfeitas mas, refiro-me aqui apenas à satisfação com que fomos comendo as deliciosas amoras silvestres que fomos encontrando pelo caminho.



A Fonte do Peregrino







Ninguém se queixava das pernas porque a nossa alma estava completamente preenchida. As belezas naturais que podemos desfrutar em todo o percurso são soberbas. A zona das bétulas é fantástica e, nunca por lá passo que não me lembre do filme do Dr. Jivago quando, o mesmo procurava incessantemente Lara. Depois deparamo-nos com um pinheiro que, carinhosamente adquiriu a forma de cabana pronta a abrigar um peregrino que pretenda descansar à sua sombra. E depois… começam a avistar-se as mais diversas aldeias que circundam a serra. É um mar de imagens indescritíveis. O melhor é saborear!












Finalmente, já no alto, a nossa boleia de regresso já estava à espera. Cumprimos o prometido e, não é que a Fininha aguentou firme o 10 km de caminhada?

O Levi Mata garantia o regresso de carro

Para mim, a peregrinação haveria de continuar durante os nove dias da novena. Mas desta feita com partida de Bragança, passagem por Rebordãos e subida do pingão, num total de 15,2 Km. Mas tive sempre a companhia de duas amigas e o apoio do gabinete ao peregrino que desde há uns dois ou três anos existe junto ao Santuário. Aí somos recebidas por um grupo de enfermeiras e outras pessoas que, voluntariamente aí permanecem para, com todo o carinho aliviarem os pés com reconfortantes banhos quentes e massagens ou, para quem não tenha necessidade de tais cuidados, com um delicioso café.




Fotografia tirada em Rebordãos

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Freguesia de Rebordãos (Bragança)

Apresentação da Freguesia de Rebordãos


Composição da Junta de Freguesia

Adriano Augusto Correia Rodrigues - Presidente - PPD/PSD

Fernando Francisco Gomes Rodrigues - Secretário - PPD/PSD

Francisco A. P. da Cruz Gonçalves -Tesoureiro - PPD/PSD


Composição da Assembleia de Freguesia

Filipe António Vinhais - Presidente - PPD/PSD

Alcino dos Santos Lopes - 1ºSecretário - PPD/PSD

Augusto da Encarnação Benites 2ºSecretário PPD/PSD

Liliana C. Afonso Rodrigues - Vogal - PPD/PSD

Carlos Fernando Alves Afonso – Vogal - PPD/PSD

Lídia Maria R. de Sá Pereira – Vogal - PPD/PSD

Ernesto Faria do Nascimento – Vogal - PS


Contactos da Junta

Tel. Junta de Freguesia: 273 919 399

Tel. Presidente da Junta: 273 979 339; Fax: 273 979 273

5300 – 811 Rebordãos


Dados gerais

Área: 26,615 Km2

Distância à sede de concelho: 9 Km

Anexas: Sarzeda


Actividades económicas

Agricultura e pecuária.


Festas e Romarias

S. Sebastião (20 de Janeiro), Santíssimo (móvel — Junho), S. Pantalião (27 de Julho), Nossa

Senhora da Assunção (15 de Agosto), Nossa Senhora da Serra (30 de Agosto/8 de Setembro),

Nossa Senhora do Rosário (1.º Domingo de Outubro).


Património

Igreja matriz, igrejas de Nossa Senhora da Serra e em Sarzeda, capelas de Santa Teresinha e de

S. Sebastião, ruínas do Castelo, pelourinho, Torre do Relógio e fontes de mergulho.


Outros Locais

Santuário da Senhora da Serra e Serra da Nogueira.


Gastronomia

Fumeiro (derivados da matança do porco), botelo com casulas e folar da Páscoa


Associativismo

Grupo Desportivo e Recreativo Cultural de Rebordãos e Grupo Coral de Rebordãos, “Rebordanos”

associação cultural, recreativa e desportiva de Rebordãos, ADCRAS associação desportiva, cultural e recreativa da aldeia de Sarzeda, ADIAS associação de defesa dos interesses da aldeia de Sarzeda.


Orago

Nossa Senhora da Assunção.


História

Freguesia razoavelmente extensa e de assinaláveis valores patrimoniais histórico-arqueológico, Rebordãos encaixa junto à orla ocidental concelhia, distando uns nove quilómetros para sudeste da urbe brigantina (a E.N. 15, uma vez mais, providencia a ligação entre a freguesia e a cidade).

Alcançando um pouco mais de meio milhar de habitantes (514, segundo os censos de 1991),

Rebordãos afirma-se como importante pólo de produção agro-pecuária, valendo-se de algumas extensas parcelas de solos com aptidão para a cultura cerealífera. Implantada na vertente oriental e junto ao sopé da Serra da Nogueira (esta atingindo uma altitude máxima de 1379 metros junto á partilha desta freguesia com a vizinha Sortes), Rebordãos é riquíssima do ponto de vista paisagístico.

As gravuras rupestres inscritas num fraguedo do planalto da Sra. da Serra poderão indiciar a

presença remota de populações, possivelmente já desde os finais do tempos pré-históricos (como na vizinha Sortes). A tradição oral popular local prefere porém remetê-las para um contexto “cristianizado”: os petróglifos seriam assim as pretensas marcas de ferraduras da “burrinha que levou Nossa Senhora ao Egipto”.

A importante eminência topográfica dita de Mandreiros, onde em época medieval assentaria o Castelo de Rebordãos, terá servido de assento a um povoado fortificado castrejo da Idade do Ferro (e quiçá, já na sequência de anteriores ocupações do Calcolítico e Bronze). Já registado pelo proficiente Abade de Baçal, o arque-sítio mereceria registo por parte de numerosos outros investigadores de chamada cultura castreja.

O Castelo de Rebordãos fica a cerca de um par de quilómetros para norte da povoação daquele nome, ocupando com suas ruínas a parte superior da crista rochosa.

Tudo quanto resta da fortaleza medieval, classificada I.I.P. em 1955, são alguns tramos de muro executados com pedra miúda e argamassa, atingindo na sua maior altura cerca de três metros. O recinto assim muralhado ostentaria originalmente uma planta sub-quadrangular, abarcando uma área algo reduzida.

É possível que a construção do mesmo se fique a dever à acção de D. Sancho I, monarca que em 1208 concederia carta de foral à vila de Rebordãos. D. Dinis reformaria esse foral em 1285, passando o termo da povoação para a posse do seu filho bastardo D. João Afonso. Teimosamente erguido, contra a inclemência do tempo e da acção humana ao longo do século, persiste o rudimentar Pelourinho de Rebordãos, também ele classificado I.I.P em 1933. Trata-se de uma estrutura em granito da região, composta pela tradicional base em degraus, suportando uma coluna de fuste octogonal e encabeçada por desproporcionada peça de formato cúbico.

A Igreja Matriz é um edifício de traça recente, flanqueada por desproporcionada e algo estranha torre e marcada por dois pequenos alpendres defendendo os pórticos principal e lateral. Parem além deste templo paroquial, existem na freguesia as Capelas de N. Sra. Da Serra (em Sarzedas, Meeiras com Sortes), de Santa Teresinha e de S. Sebastião.

Instalações desportivas
Pavilhão desportivo polivalente

A construção desta importante estrutura orçou em mais de 350 mil euros e pode ser um forte apoio ao desporto da cidade de Bragança já que os recintos desportivos da cidade estão, praticamente lotados.

Este foi um projecto levado a cabo pela junta de freguesia com o apoio incondicional da Câmara Municipal de

Informação retirada da página da CMB

O Castelo de Rebordãos, também conhecido como Castelo do Tourão, localiza-se a 2 Km a Norte da Povoação.

Erguido sobre um penedo rochoso, em posição dominante sobre a povoação, é naturalmente defendido pelos lados Oeste e Norte. Do alto de seus muros avistam-se os vizinhos Castelo de Bragança, Castelo de Vimioso, Castelo de Outeiro de Miranda, Castelo de Penas Róias, Castelo de Miranda do Douro e as terras para além do rio Douro, até Zamora , na Espanha.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Freguesia de Soutelo Mourisco (Macedo de Cavaleiros)














Foto de João Stocker

Apresentação da Freguesia de Soutelo Mourisco

Mapa da Freguesia


Soutelo Mourisco é também conhecido por Soutelo de Pena Mourisca, passa a pertencer ao concelho de Macedo de Cavaleiros em 1855. Situado no extremo NE do concelho, nas fraldas da serra de Pombares. Tem adstritas as localidades de Cabanas e Vilar de Ouro. A Igreja Matriz de traça medieval e uma fonte de mergulho situadas no centro da aldeia constituem o seu património edificado.
Estatísticas
N.º Habitantes: 61
Eleitores: 130
Área: 1250 ha
Festas e Romarias
St.º António a 15 de Agosto
S. Tiago no 2º ou 3º Domingo de Agosto
Eleitos
Presidente: Francisco António Martins
ContactosTelefone: 278 396 359
Informação retirada do site da CMMC

Actividades Económicas: Agricultura de subsistência, pastorícia e criação de gado;
Gastronomia: Enchidos, queijo artesanal (cabra e vaca);
Festas e Romarias: Festa de Soutelo Mourisco (Abril), Festa de Santo António (Agosto – Vilar de Ouro), Festa de S. Tiago (Agosto – Cabanas);
Paisagem de Relevo: Serra da Nogueira, Ribeira do Moinho, pedra de Anta, Lugar da Cumieira, Pena Mourisca;
Fauna: Javali, perdiz, coelho e lebre;
Flora: Pinheiro, castanheiro e mato;

A História:

Soutelo Mourisco está situado na Serra da Nogueira e encontra-se a cerca de 25 quilómetros da sua sede de concelho que é Macedo de Cavaleiros.
Confina igualmente com os concelhos de Bragança (30 Kms.) e Vinhais (35 Kms.).
Tem como aldeias vizinhas, Rebordinhos (5 Kms.), Espadanedo (4 Kms.), Vouzende (5 Kms.), Celas (7 Kms.) e Pombais (8 Kms).
A origem do seu nome provém do tempo do domínio dos mouros que a designavam por “Soutelo de Pena Mourisca”.
Da origem latina “Saltellos” que significa “Solto”, proveio Soutelo, sendo mais tarde designada desta maneira.Até 1855 fora pertença do concelho de Torre D.ª Chama.

A partir desta data, ano em que aquele concelho fora extinto, passou para o concelho a que ainda hoje pertence.
Foi curato do cabido de Miranda.
A nível eclesiástico, chegou ainda a ser anexa da freguesia de Espadanedo.



Aldeia de Soutelo (sede da Freguesia)
Fotos de Olímpia Pereira e Fátima Socker (Rebordainhos)

Aldeia das Cabanas (aguardamos recolha de fotos)
o
malha nas cabanas


casa do Tio Armindo




Aldeia de Vilar de Ouro

Fotos de Lurdes Pereira e Emilia Caminha